As stablecoins vão matar os bancos? Veja o que a Coinbase pensa
O advento das stablecoins questiona. São apenas uma inovação em pagamentos ou uma ameaça existencial para os bancos tradicionais? Seu mercado não para de crescer, já ultrapassando dois trilhões de dólares em transações em 2024. Nesse contexto, a Coinbase apresenta uma resposta clara: a ideia de que as stablecoins esvaziam os cofres bancários seria um mito. Mas a batalha dos narrativas entre bancos e agentes cripto está apenas começando.
Em resumo
- A Coinbase denuncia o “mito” segundo o qual as stablecoins esvaziam os depósitos dos bancos americanos.
- Metade das transações de stablecoins em 2024 ocorreram fora dos Estados Unidos.
- Os bancos arrecadam 187 bilhões $ por ano com taxas relacionadas a pagamentos por cartão.
- 3,3 trilhões $ em depósitos bancários dormem no Fed, gerando 176 bilhões $ em juros.
Quando os bancos agitam o espectro dos depósitos drenados
Os bancos americanos falam em risco sistêmico: segundo eles, as stablecoins, cujo mercado é estimado em 301 bilhões de dólares, sugariam depósitos e fragilizariam o crédito. Um relatório do Treasury Borrowing Advisory Committee menciona até 6 trilhões de dólares em depósitos em fuga. A Coinbase desmonta esse cálculo, lembrando que o mesmo relatório prevê apenas 2 trilhões de capitalização para stablecoins em 2028. A equação não fecha.
Para a exchange, as stablecoins não são contas de poupança, mas ferramentas de pagamento. Pagar um fornecedor asiático em stablecoins não é um saque de economias, é apenas evitar uma transferência lenta e cara. A maioria das transações ocorre fora dos Estados Unidos: dos dois trilhões processados em 2024, um trilhão circulou na Ásia, América Latina e África.
No seu relatório, a Coinbase enfatiza:
As stablecoins não ameaçam o crédito — elas oferecem uma alternativa competitiva aos 187 bilhões de dólares em receitas anuais dos bancos relacionados às taxas de cartões. As instituições que hoje empunham o espectro do “risco sistêmico” são as mesmas que faturam dezenas de bilhões graças às taxas de processamento de cartões, que as stablecoins poderiam contornar completamente.
Crypto, stablecoins e bancos: uma luta por 187 bilhões $
Por trás do verniz do debate, é uma guerra comercial. Os bancos americanos arrecadam cerca de 187 bilhões $ por ano em taxas de cartão. Contudo, as stablecoins possibilitam pagamentos rápidos, 24/7, sem passar por esses circuitos. Não é de se surpreender que Wall Street toque o alarme.
A Coinbase também destaca as contradições do setor bancário. Se os depósitos faltassem, as taxas remuneratórias subiriam. Porém, os bancos preferem deixar 3,3 trilhões $ parados no Fed, ganhando 176 bilhões $ em juros em 2024, em vez de emprestar mais. A verdadeira questão não é o crédito, mas a defesa de margens lucrativas.
Alguns números que mudam a perspectiva
- 2 trilhões $ em transações de stablecoins em 2024;
- 1 trilhão $ processado fora dos Estados Unidos;
- 3,3 trilhões $ em depósitos bancários inativos no Fed;
- 187 bilhões $ em taxas anuais geradas por cartões bancários;
- 176 bilhões $ em juros recebidos pelos bancos graças às reservas.
Essa oposição frontal ilustra um choque de modelos: inovação cripto aberta contra renda bancária protegida. As associações da indústria cripto apelam ao Congresso para apoiar a concorrência, via a Lei GENIUS, em vez de ratificar a dominação dos agentes históricos.
O futuro dos pagamentos mundiais pode ser decidido nessa batalha: proteger os lucros bancários ou fortalecer o papel das stablecoins. Se os Estados Unidos escolherem um caminho permissivo, a Europa parece seguir na direção oposta. Diante da ascensão das moedas estáveis estrangeiras, Christine Lagarde recentemente prometeu endurecer o tom para que o Velho Continente retome o controle.
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La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
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