Michael Saylor prevê uma forte recuperação do Bitcoin até o final do ano
E se o bitcoin entrasse em uma nova era, onde a escassez não fosse mais um relato especulativo, mas uma realidade contábil? Michael Saylor, presidente executivo da Strategy, alerta sobre um ponto de virada: a demanda institucional, impulsionada pelos ETFs e empresas listadas, agora supera a oferta proveniente da mineração. Enquanto o bitcoin oscila entre 111.000 e 118.000 dólares, instala-se um desequilíbrio estrutural, porém potencialmente explosivo para o preço.
Em resumo
- O preço do Bitcoin pode ser influenciado não mais pela especulação, mas por um desequilíbrio estrutural entre oferta e demanda.
- Michael Saylor afirma que empresas e ETFs compram muito mais BTC do que as mineradoras produzem diariamente.
- Essa pressão de compra cria um efeito de escassez que pode sustentar uma alta progressiva do preço até o final do ano.
- Essa dinâmica pode transformar o Bitcoin na base de um novo sistema financeiro, mas também desencadeia questões de concentração e controle.
Uma pressão de compra que supera a oferta
Enquanto as instituições retomaram o controle com compras em massa, Michael Saylor declarou em uma entrevista: “as empresas que apostam em bitcoin compram mais do que os especialistas em mineração produzem naturalmente”.
Ele enfatiza que a demanda combinada de empresas e fundos institucionais na forma de ETFs spot supera amplamente os 900 BTC produzidos diariamente pelas mineradoras. Um estudo recente publicado pela empresa de serviços financeiros River confirma essas afirmações. Em média, 1.755 BTC por dia são comprados por empresas, aos quais se somam 1.430 BTC adquiridos diariamente por ETFs em 2025.
No total, são 3.185 BTC por dia retirados do mercado para uma produção que plafona em 900 BTC, segundo os dados do Bitbo.
Esse desequilíbrio profundo cria um efeito de escassez inédito na história recente do bitcoin. Não se trata de um surto pontual, mas sim de um fenômeno sustentado e quantificado, capaz de influenciar duradouramente os preços. Eis as ordens de grandeza apresentadas:
- Produção diária média: 900 BTC;
- Compras diárias das empresas: 1.755 BTC;
- Compras diárias dos ETFs: 1.430 BTC;
- Demanda total estimada: 3.185 BTC por dia;
- Excedente da demanda em relação à oferta: +2.285 BTC/dia.
Enquanto o bitcoin evolui dentro de uma faixa de preço apertada, essa pressão de compra contribui para bloquear a oferta disponível. Apesar de uma liquidação massiva de quase 2 bilhões de dólares no mercado cripto no início da semana, que os analistas atribuem a fatores técnicos, sem questionar os fundamentos, os sinais institucionais permanecem firmemente positivos.
“À medida que superamos as resistências atuais e alguns ventos macroeconômicos contrários, o bitcoin deve retomar sua progressão de forma significativa até o final do ano”, conclui Saylor.
O bitcoin como ativo de tesouraria e capital digital
Para Michael Saylor, nem todas as empresas que compram bitcoin o fazem com a mesma estratégia ou perfil. “Existem dois tipos de compradores institucionais hoje”, ele especifica.
O primeiro grupo é formado por empresas operacionais tradicionais que, em vez de redistribuir seu capital na forma de dividendos ou recompra de ações, escolhem investir seus excedentes de tesouraria em bitcoin.
Segundo Saylor, essa abordagem fortalece sua estrutura financeira, mas também protege contra a inflação monetária e a depreciação das moedas fiduciárias. A Strategy, que hoje detém 638.985 BTC, incorpora essa estratégia de forma emblemática.
O segundo grupo é composto pelo que Saylor chama de “verdadeiras empresas de tesouraria”, ou seja, empresas que não usam simplesmente o bitcoin como reserva passiva, mas o consideram como um capital digital por completo.
“O mundo funcionou por 300 anos com crédito lastreado em ouro. Agora funcionará com crédito lastreado em ouro digital”, afirma ele. Essas empresas usam o bitcoin como ativo colateral para criar novos instrumentos financeiros digitais (obrigações, produtos estruturados ou outras formas de crédito tokenizado). Para Saylor, o bitcoin torna-se “o ativo ideal” para atender à crescente demanda por instrumentos de dívida e capital nos mercados tradicionais, em busca de um novo padrão confiável.
Essa mutação progressiva do papel do bitcoin, de ativo especulativo para base de um sistema financeiro digital, abre o caminho para muitas evoluções possíveis. Por um lado, a crescente financeirização do BTC pelos gigantes institucionais poderia consolidar sua legitimidade perante reguladores e mercados tradicionais. Por outro lado, chama atenção para a crescente centralização da oferta nas mãos de um número limitado de atores institucionais. Se o fenômeno continuar nesse ritmo, a questão não será mais se o bitcoin é raro, mas quem o detém. E, principalmente, para quais fins.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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